domingo, 8 de junho de 2008

Outono dos deuses.

Foi numa era medieval,uma era escura,onde a lei que predominava era o bem estar do rei.No pequeno reino de Pitosvile, um novo rei comandava o reino a pouco mais que um mês.Dionísio sempre reinara como tirano,em seu curto mês de reinado já mandara matar muitos pobres que roubavam por fome.
Num certo dia de outono,que era especial em Pitosvile,pois havia uma lenda que dizia que nessa época anjos eram madanos para as proximidades da terra e antes do terminar dda estação esses anjos mudavam a vida das pessoas.O rei estava ocioso,esperando pelo novo bobo da corte que um de seus soldados fora procurar pelo reino;ao entrar o soldado manda o novo bobo da corte ajoelhar-se perante o rei,logo o rei perguntou:
-Diga bobo,qual teu nome?
-Eros,vossa majestade.- responde o bobo com a cabeça baixa.
-E teu pai?Quem fora?
-Desculpe-me majestade,mas fui abandonado quando criança.
Com olhares escarlates o rei encarava o novo ser e logo,furioso,ordenou:
-Vá bobo,troque-se,tire essas roupas que fedem e venha me fazer rir;- Olhando agora para o soldado - Éolo,leve-o até o aposento dos empregados e de-lhe roupas para vestir.
O novo bobo percebera um mudar de olhar quando o rei falara com o soldado Éolo e logo pensou que o rei possuía um bom sentimento.
Passado um mês,Eros presenciara várias execuções dos pobres,queria ,mas não podia fazer nada;até que num dia,logo no fim de outono,o bobo chorara por ver a execução de sua antiga amada,que não vêra desde que fora chamado pelo rei.
No castelo,após o jantar,no escurecer da tarde o bobo chega para fazer seu trabalho,o rei estava furioso nessa noite:
-Vossa majestade Dionísio,posso te fazer uma pergunta?
-Achas,bobo,que te dou abrigo e comida para que me faças perguntas?- O rosto do rei estava vermelho.
-Tens medo de minhas perguntas majestade?
-Ora!Sou rei,não tenho medo,coloco medo.Insultaste-me bobo inferior?
-Insultar vossa majestade?Jamais,critico seus métodos- Ao ouvir tais palavras,Dionísio levantou furioso,mas o bobo continuou:
-Por que matar os que morrem de fome?Por que matar donzelas tão puras?
-Cale a boca bobo insignificante;Éolo!Éolo,prenda-o e mande para a guilhotina.- Éolo atordoara e pegara Eros pelos braços,enquanto esse repete o lançar de suas flechas:

- Se sem graça é meu mundo,
Digo que não vejo diversão em mandar
E feliz não é você,monarca,que só manda matar,
Caio em depressão,caindo cada vez mais fundo.

minhas palavras são sem sentido
Para um rei que não tem sentido
Toda a desgraça de seu reinado;
Você,um rei cada dia mais condenado.

Desculpo-o
Pelo seu ato futuro
E curiosamente inevitável.

Mas um bobo pouco amável
Não tem chances de ficar
E mal tem o pouco direito de amar.
Senhor,eu descobri o que de todos você escondeu,ame seu filho e assuma-o.- Ao sairem da sala,o rei Dioníso chorou e se arrependeu de mandar matar um bobo tão inteligente e comovente,mas a palavra do rei é lei,única e não pode ser mudada.
O bobo foi morto logo no amanhecer do outro dia e o entristecimento do rei aumentou,em seus sonhos Eros lhe dava conselhos e lhe fazia gargalhar;o rei procurou outros bobos da corte,mas nenhum era como Eros.O rei tomou uma decisão logo no penúltimo dia de outono,mandou que fossem feitos vários cartazes contendo o soneto dito por Eros,que ao terminar seguia a mensagem:

"aproveitem ao que tem,pois eu perdi quem mais tinha valor."
O rei foi encontrado morto no último dia do outono,ele se enforcara e deixara uma carta,nela dizia que Éolo era herdeiro do trono do reino de Pitosvile e se desculpava pelo ato cometido,dizia também que esse era o único jeitio justo de dar sentido para as palavras Eróticas.
Assim,com Éolo no reino,em todos os outonos ele reunia o reino para recitar o soneto que foi dito por Eros,essa data foi marcada no reino como:"O dia das palavras eróticas.".
Após a morte de Éolo,o povo manteve o costume,cantando o soneto para os ventos do mar,pois acreditavam que as palavras chegariam aos céus,onde Eros se encantava e mandava novos anjos no outono para ajudar as pessoas de más intensões ou pensamentos errados.

terça-feira, 3 de junho de 2008

A eterna despedida

Era uma dessas noites nevadas de inverno,eu,ao lado da lareira,cantava alto.Adorava fazer isso quando ficava sozinha em casa.
Meus pais tinham ido fazer uma viagem pela Europa,já era para terem voltado,pelo menos nos Estados Unidos.Já cansara de cantar,senti um frio na barriga;sempre achei que fosse um alguém especial,não única,mas especial.Sempre me achei capaz de ver fantasmas.
Liguei a televisão,CNN,acho interessante assistir aos jornais,minha professora sempre fala que os tempos mudaram,que estamos na era da informação e o importante é se informar.Distraida,com a cabeça em outro lugar,acabei nem pensando no jornal.Aconteceu um pique de energia,tudo se apaga por um momento e depois tudo volta,menos a televisão.
Nessa hora bateram na porta,me assustei e fui atender.Eram meus pais:
-Pai?!Mãe?!Quando vocês chegaram aqui nos Estados Unidos?
-Não faz tempo,o avião teve um acidente e chegamos mais cedo-Disse minha mãe entrando.
-acidente?
-É,não ligamos porque estamos com pressa.-Minha mãe já arrumara as malas,Tudo estava em casa,como se ela ainda não tivesse viajado para a Europa.
-Com pressa?Aonde vocês vão?
-Querida,não precisa arrumar as coisas.Vamos nos despedir,pois o tempo é curto-Disse meu pai para minha mãe,logo se dirigindo a mim:
-Não se preocupe,já arrumamos tudo para você-O sorriso de meu pai me cativava,mas nesse dia estava diferente,parecia realmente estar feliz.
-Ah!Está bem.Quando vocês voltam?-Houve um silêncio enorme e prolongado e minha mãe chorando sai do quarto:
-Pai,o que está acontecendo?-Lágrimas escorreram pelo rosto de meu pai,Mas seu sorriso continuava belo como nunca.
-Olhe,nós vamos nos mudar,Você poderá ir depois,só viemos aqui nos despedir e pedir uma coisa,-Minha mãe entrara novamente no quarto.-Você pode nos escrever uma poesia?-Era um pedido tão simples.
fiquei rubra:
-Claro pai,sobre o que escrever?-Peguei o papel e caneta.
-Escreva sobre o quanto nos ama.
Minha mãe começára a chorar novamente e ela e meu pai estavam de mãos dadas.
-Vamos ver...-Pensei em algumas palavras e logo que terminei recitei para eles:
Nessas noites mal dormidas
penso o quanto ainda vai demorar,
Para que eu possa recitar
Minhas poesias mais bem amadas.

Nosso amor realmente é eterno,
Tão especial quanto o luar;
Tão graciosa,como o seu olhar,
Sentada esperarei o inverno.

Quero apenas te dizer diretamente
Que amar-te-ei eternamente
Tanto aqui,quanto lá.

Viva eu cá
Olhando para a neve
Enquanto vive você no lá tão breve.

Eles pegaram o papel,me abraçaram,beijaram e,mesmo sem querer,nossas lágrimas caíram juntas,se foram.Olhei para o céu escuro e frio mas logo meus pais sumiram e ainda vi meu papel caído na neve.peguei-o e entrei.
Ao ler o papel percebi uma poesia diferente:
Não importa em que vida,
O importante é nosso sentimento.
Tristemente lhe mandamos o agradecimento
E dizemos que a vida deve ser muito bem vinda.

Visitaremos você,
Nossa menininha tão doce,
Em todos esses dias do inverno,
Não importa qual o seu terreno.

Queremos apenas dizer-te brevemente
Que amar-te vamos eternamente,
Aqui e agora nós sabemos

Que não aproveitamos
A oportunidade de viver a vida
Que graciosamente deve ser vivida.

Ao terminar de ler entrei.O telefone tocou,tudo se apagou.Acordei num lugar luminoso,no hospital.Ficára quase tudo bem.
-O tempo se passou e eu estou aqui.-Olhando constantemente para a porta a menina abre um sorriso-Meus pais chegaram,vou com eles.-saiu em direção a um banco aparentemente vazio,deixando o alguém,que parecia não ligar,sozinho.
-Mais uma vez conversando sozinha.Vamos ter que aumentar a dose do remédio.-Disse uma mulher com aparência de enfermeira.
-Calma,deixe-a,não são todos os dias que os pais dela a visitam.-proibe uma segunda enfermeira.-Afinal eles recitam as mesmas poesias uns para os outros sempre;cada vez com um toque mais feliz ou de maior saudade.

Nícholas Mendes.